segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Paciência

Tem dias em que eu realmente acordo inspirada. Minha inspiração tem nome e endereço, carrego ela gravada em mim, e não ligo de derrubar algumas muitas lágrimas quando ela vem me visitar.

Um dia, uma hora, um minuto, um segundo, um momento. É só o necessário para despertar tudo o que não era despertado há tanto tempo. É quando se descobre que ter pressa não adianta nada, que não aceitar só vai te cansar e que o que é bom vai ser sempre.

Até que a morte nos separe? Ela nunca vai nos separar. Porque você está em tudo que eu faço, em tudo que eu penso, em tudo que eu vejo, em tudo que eu sou. Você está nos momentos em que eu penso que pirei, naquela fração de segundo em que eu paro de esperar tanto de mim e dos outros, no céu azul e no sol brilhando e iluminando meu caminho. Você sou eu, e eu sou você.

O ser humano só pede, pede, pede, esquecendo de agradecer. Hoje, eu agradeço. Agradeço o simples fato de você fazer parte da minha vida.

Eu te amo, nessa e em todas as outras vidas.

***

Lenine - Paciência

" O mundo vai girando cada vez mais veloz / A gente espera do mundo e o mundo espera de nós / Um pouco mais de paciência "

2 comentários:

lukels disse...

Agora que sei que o sr. Miguel é teu avô posso te falar uma coisa mais direcionada.

Eu nunca acho que faço as coisas boas o suficiente para agradar as pessoas ou então ajo de maneira que, conscientemente, eu assuma estar sendo correto.

Em outras palavras: não acho que sou um bom filho, nem um bom irmão, nem fui um bom neto para meu avô.

Eu sinto muita falta dele, muita. Do meu avô. E não sei, realmente, se eu tivesse a oportunidade de fazer diferente, eu faria, porque é parte de quem eu sou. É parte da essência que faz de mim eu mesmo.

Talvez, não sendo bom o suficiente, eu esteja fazendo minha parte e mais do que isso é impossível que eu ceda ao mundo; precisaria morrer aos olhos de tanta coisa interna e talvez o ferimento fosse tão profundo que eu não sobreviveria.

Eu não gosto muito de mexer em feridas não cicatrizdas, e essa com certeza é uma delas. A dor passa, o sangramento estanca, mas a ferida fica lá, com aquele coágulo leve, que o passar de um dedo faz tudo acontecer de novo.

Eu vivo isso diariamente quando estou com meus pais. E isso me dá muito medo. Eu tenho medo de ser sem realmente ser. E esse medo me consome ao ponto de, por vezes, me cegar...

Sinto saudades inúmeras.
Beijo.

Dulce Miller disse...

Nossa... isto é que é uma homenagem, heim moça?! Acho lindo demonstrações de afeto de qualquer natureza, ainda mais quando vem acompanhada de palavras tão profundas e verdadeiras e o melhor da sua, é que veio acompanhada de um agradecimento!

Lindo...

Beijos, bom dia!